Com a escola e o ballet, vai tudo a correr bem, dentro do possível, ignorando os dias ocupadíssimos e as minhas pequenas e pontuais dificuldades. Como já esperava, estou a adorar filosofia, e a gostar bastante das aulas de educação física.
À algum tempo que estou para falar disto, mas eu própria gostava de fingir que não é uma decisão definitiva e sem volta.
Vieste para cá, como uma irmã mais velha, erras-te bastante, mas todos nós erramos, e com ele, parece-me a mim, que era bastante correcta. Não merecias, mas ninguém tem culpa, ninguém faz estas coisas de propósito.
Mas e agora, quem é que vai estar mais de meia hora na mesma loja de roupa?; a quem é que eu vou ajudar a decidir se compra esta peça ou outra?; quem é que vai andar comigo de comboio para Lisboa?; quem é que me vai ajudar nos trabalhos de casa de inglês?; quem é que vai ouvir o meu dia, sem interrupções?; quem é que vai arriscar novos pratos comigo?; quem é que me vai obrigar a fazer um bolo e ficar cheia de massa?; isto e outras coisas, quem será agora a irmã mais velha com quem nunca lidei? Serias tu, antes, agora e para "sempre", se tivesse sido tudo diferente.
Acima de tudo, desejo-te sorte, tu precisas.
Outros assuntos, tu, de facto, ainda estás bem vivo dentro de mim. Ainda andas ao meu lado o dia inteiro, simplesmente tento fingir que nem te vejo, que não te quero mais aqui. Mas é tudo mentira, e eu não me consigo enganar, pois à noite, não controlo os sonhos, e tu vens sempre, cada vez mais real, e cada vez mais positivo.
Porquê? Porque é que não vais embora de vez? Deixavas-me seguir em frente, podia ser que eu conseguisse, ao menos tentava. Mas não vais, e nem sabes disso. Continuas bem claro e nem te lembras de mim. Gostava de saber porque, para quê, com que objectivo? Só eu podia responder, mas não faço a menor das ideias, bem como nunca soube porque te acho tão irresistível e sentia que eras meu.
*beijinhos e uma boa semana*
Num dia de novidades, onde conheci a minha nova turma e alguns dos professores, ficando finalmente a saber qual era o meu horário, sendo que as duas possibilidades eram as piores.
Tive também a minha primeira aula de ballet, depois de tanto tempo sem fazer nada. Adorei a professora, e as alunas também foram bastante simpáticas, principalmente comparando com os meus queridos novos colegas de escola, mas vá, em dou-lhes um desconto, pois nada me diz que não virão a ser bons colegas. Não sei é se daqui a um mês e tal continuarei no mesmo grupo, depende da minha evolução, visto que o nível delas é alto e eu lembro-me de pouco. Para começar correu bem. A escola de dança tem imensos alunos, pois têm várias modalidades relacionadas com a dança.
Amanhã começam as aulas a sério, desejem-me sorte.
*beijinhos e boas aulas*
Ontem acabei de ler o Baunilha e Chocolate, de Sveva Casati Modignani.
Gostei imenso, achei que era bastante realista, não era algo que só acontece em filmes, novelas e livros bonitos.
" (...) Na cabine com Andrea, Penelope libertou-se da camisa encharcada e envolveu-se num roupão de felpa.
- És muito bonita. Há vinte anos não me deixaste ver-te nua - brincou Andrea. Penelope sorriu-lhe e saiu da cabina.
Dirigiram-se para o bar e ela disse: - Há vinte anos não tínhamos tido três filhos os dois. Depois, em voz baixa, acrescentou: - Agora vem aí um quarto.
O marido segurou-a por um braço, obrigou-a a virar-se e olhou-a com uma expressão de felicidade absoluta.
- Estás grávida?
Ela confirmou.
- E só agora é que me dizes isso? - exclamou com uma gargalhada cheia de alegria que, de repente, se extinguiu. Largou-lhe o braço e perguntou: - Quem é o pai?
Penelope calou-se. Dirigiu o olhar para a cintilante extensão do mãe e sussurrou: - Não sei.
Andrea não reagiu. Sabia que a mulher estava a dizer a verdade.
Ela baixou os olhos e encostou-se a uma mesa. Sentou-se, apertando no peito o roupão de felpa. Levantou o rosto. O marido inclinou-se sobre ela e pousou os lábios nos cabelos molhados. Pôs-lhe o braço à volta dos ombros e apertou-a contra si.
- Este filho é meu, porque te amo - disse.
Ficaram assim, abraçados, a olhar o céu límpido daquela esplêndida manhã de Junho. (...) "
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Fui hoje à minha futura escola, depois de acordar com um telefonema vindo da mesma, para me avisar que consegui vaga. Era a minha primeira opção de escola, e curso, até porque só coloquei um na pré-matrícula. Também ficaram algumas pessoas da minha turma e escola, pelo que sei. Só falta ver se o mesmo acontece com as turmas.
A escola, pelo menos em termos de aspecto, é bem mais bonita que a minha antiga. Foi renovada à pouco tempo, visto que já tem uma certa idade, sendo que a minha mãe andou lá e ainda reconheceu algumas funcionárias.
Entrei lá e pensei: "o que será que me espera aqui?, o que terei para recordar quando daqui sair?, com certeza não será melhor do que já passei, mas se for tão bom, serei também aqui feliz.".
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Hoje tive uma recaída, culpa do tédio que me fez passar a médica da minha mãe, ao recebe-la às 20h00, quando a consulta era às 17h30, e para além disso a consulta teve duração de uma hora.
Numa sala de espera, cheia de gente calada, mandei-te uma mensagem, à primeira pensei que nem respondias, mas respondeste muito vagamente, contudo isso explicou-se com o facto de não saberes quem eu era, mudaste de móvel, e depois de o saberes já foste simpático.
É sempre bom saber que já entraste realmente no "Chapitô" (Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo do Chapitô).
Eu, contra toda a mentalidade deste mundo, acho que fizeste o melhor para ti, é um sonho, lutas por ele, bem como por tudo o que queres. Nunca tinha conhecido ninguém assim, porque verdade seja dita, tu és confiante, acreditas em ti, e isso pelo que vejo faz-te conseguir sempre o que desejas.
Tens talento, pelo menos esta é a opinião de alguém que não sabe nada em concreto sobre essas artes, e para além disso é a opinião de alguém que te admira sabe-se lá porque.
Boa sorte, meu gato, arco-íris da minha vida.
*beijinhos e e muitos palhacinhos*
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