Arrisquei. E agora?
*beijinhos e sabe se lá o que virá*
Desapareci, fugi deste mundo, desta vida, corri para bem longe de ti, o mais longe que pode. Afastei-me de todas as recordações, das muitas memórias, das pequenas lembranças e tentei ignorar as saudades. Simplesmente fingi que não existias, nunca exististes e jámais virias a existir.
Abandonei tudo e todos, apenas por tua causa, foste a única coisa que me fez ir embora, pois és a única coisa que me faria ir, ir para qualquer lugar no mundo, desde que te tivesse lá à minha espera.
Isolei-me da humanidade, deixei de ter contacto com o resto do mundo, tudo para me privar de sequer pensar em ti. Passei a viver para mim, dentro do meu universo, comigo mesma, num mundo totalmente à parte, no meio do nada. Passaram-se dias, semanas, messes, e agora anos, tempo perdido, tempo sem fim, tempo que eu precisei.
Nesse mundo, não me atingias, não me afectavas, simplesmente não entravas e nem sequer tinha conhecimento da tua existência. Era um mundo mais do que isolado, era um escudo à prova de todo o teu ser, contra tudo aquilo que tu representas para o mundo e principalmente para mim. Naquele lugar, todo o teu encanto, o teu tipo de postura, a tua maneira de ser, os teus defeitos mais particulares e as qualidades especiais, tudo isso era proibido, até mesmo inexistente.
Nesse mundo eu teria paz, conseguiria deixar de me sentir presa, encorralada e por vezes perdida, completamente sozinha. Mas nem isso, nem nada no mundo, me levaria a esquecer quem foste para mim e quem és hoje, nada me faria apagar-te das minhas memórias, nada justificaria viver como se não te tivesse conhecido, como se não existisses por completo.
Não trocaria nenhum dos segundos em que pensei em ti ou estive contigo, não trocaria por nada. Simplesmente nunca te trocaria por quem ou o que quer que fosse. Valeste a pena.
*beijinhos da anti-social, como alguem em chama*
Gostava imenso de encontrar uma explicação lógica, uma ideia aceitável, mas ou eu sou limitada ou tu és complicado demais.
Não percebo porque me deixas assim, completamente vazia, sozinha, depois de te dares como te dás, de me fazeres perdoar-te, como fizeste. Podia-te perguntar o que sentes, mas tu falas apenas contigo, escondes o que pensas e não dizes o que sentes. Deixas-me na dúvida e ages como se o nosso mundo nunca tivesse sido o mesmo, mas foi, e nem que queiras, tenho a certeza de que não o consegues negar.
Peço desculpa pelos meus erros e digo-te que se me explicasses tentaria aceitar e desculpar os teus, mas não o vais fazer. Sozinha, eu não sou capaz, não é fraqueza, apenas não é possível se não me deixares. Mais do que eu, tu tens de querer, pois se tu quisesses, eu queria também.
Começo a fazer da minha vida um ciclo vicioso, onde qualquer direcção vai dar a ti, és o resultado de qualquer equação, a resposta a qualquer dúvida. Começo a depender de nós, e nada pior podia acontecer, agora que isso já não existe, sendo tu como és, sentido eu como sinto.
*beijinhos*
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